sexta-feira, 31 de agosto de 2007

O sentimento

Que o amor não seja a previsibilidade dos efeitos
e sim a causa de todo o bem.
Esperamos que não seja limitado, finito, fraco,
mas que seja o tapa na cara, a dor, a vermelhidão,
seja o sentimento de sangue.
Que rasguem-se as carnes, mas permaneça,
que o corpo se mutile, mas o amor não morra.
Morra a esperança, mas não morra o amor.
Enlouqueçamos de amor; amor exagerado;
não este amor comercial que pregam e sistematizam
e sim amor gritante, de adolescente inconseqüente;
que estoure nossos tímpanos e cordas vocais,
que massacre o coração e artérias,
que ocupe todo o vácuo do ser,
que não se metrifique, não se pense,
mas que se sinta explodir para dentro.
Dissonante e anti-regras seja o amor,
além das letras, da melodia, da imagem e do raciocínio.
Que seja maior que nossos olhos possam ver,
seja a luz que une dois corações, aproximando as almas
num contato verdadeiramente íntimo.
Que ultrapasse as peles, carnes, ossos, espírito, idéias, ser, origem e pré-origem,
que seja a essência da essência da essência da essência da essência .
Que seja o Amor.

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