sexta-feira, 31 de agosto de 2007

O silêncio de um corpo celeste

Sou um privilegiado
Hoje vi a Lua
Falei com ela, conversamos
Coisas sobre-humanas
Inexatas,
Porém verídicas.

Hoje ela não se escondeu
Estava alegre, adornada
Quase mística
Misteriosa como sempre,
Bela.

Me atrevi a dar-lhe um beijo
Ela consentiu.
Deitamos e rolamos
Como crianças rimos
Até doer o abdome
Rimos de tudo
Rimos de nós
Rimos.

Ela contou-me sua história
Desabafou seus segredos
Chorou no meu ombro
E por minutos
Ficamos abraçados
Em silêncio.

Logo voltou a sorrir
Tomou seu cetro em suas mãos
E me abençoou.
Mostrei a ela
As poesias que fiz,
As músicas que compus,
Os quadros que pintei,
As esculturas que esculpi,
As plantas que semeei,
As idéias que persisti,
O mundo que criei,
As emoções que senti,
As peças que atuei,
Os risos que ri,
E as lágrimas que chorei.

Mostrei meu silêncio
Curto e intenso
Duro e intrínseco
O silêncio de um deus.

Encaramo-nos
Durante horas
Adivinhamos os pensamentos
Invadimos o âmago
De nossas almas
Em silêncio.

Bebemos vinho e água
Louvamos Baco
Berramos besteiras
Cantamos jazz
Ouvimos bossa nova
Dançamos uma valsa e um tango.

Agora, além de musa
Tenho uma lua só minha
Para satisfazer
Meus caprichos.

Farei uma orgia poética
Com a musa e a lua
No leito do firmamento
No céu.

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