A sua ausência
materializada
corrói o peito que carrega
o coração despedaçado.
Pedaços,
de lembranças saudosas
madrugadas mal dormidas
reservadas à consumação
do amor, ato de viver.
Tanto viver,
viver de ti somente,
tão meiga e paciente
suportando os meus erros.
Errado é não te-la,
não louvar hiperbolicamente
um romance,
de adolescente.
Romance completo,
com trilha sonora,
com textos e falas
e até beijo cinematográfico.
A sua ausência
Penumbra na lembrança
meu choro de criança,
sem concupiscência.
Dói-me o âmago,
Introspectivamente
Incandescidamente,
desejo, desejo.
Desejo teu cheiro
de mulher; implícitos
em sorrisos nossos
segredos lógicos.
lógica sem nexo.
Amor:
há de ter palavras
para explicar?
A sua ausência
enfatizada
destrói o peito que palpita
o coração entristecido.
Soluçando
de paixão, inevitável,
marcado, indelével,
coração tatuado.
A sua matéria
ausente,
carrega o coração que despedaça
o peito corroído.
A sua face
miraculosa
é digna de láureas
e dum troféu olímpico.
Noite trágica
de chuva tímida
que cai rápida,
como uma proparoxítona.
Frio. Pétalas no chão,
noite sem estrelas,
chove, chove, chove
tempo eterno,
plantas cansadas,
inclinadas,
coloridas, infrutíferas,
o mundo indiferente,
era de se esperar.
Estou impaciente,
aguardo o teu voltar.
Qual é o sabor de voltar pra casa e não ouvir a tua voz?
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