sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Silêncio

Eu venho aqui para lhe falar,
Mas há um inconveniente:
Não tenho palavras.
Ouça o silêncio que não nos rodeia
Mas que habita dentro de nós
O silencio que não existe
Esse quase nada que não perturba.

Já não tenho olhos para perceber
O que há em cada mente,
Onde há muralhas
Sinta o frio, seja eu, eu mesmo
Pegue a caneta e deixe deslizar,
Depois abra os olhos
E veja o silêncio escrito.

Certamente serão palavras soltas
Tão soltas que cairão do papel
Pensamentos ocultos, macios
Delírios, devaneios, sonhos
Viagens, fantasias, soluços;
Toque minha alma e sinta
Essa total ausência de som.

Tão omisso que me entorpeci
Perceptivelmente oculto emudeci
Quero atravessar essa parede
E ver junto com o espelho
Tudo, todos, gritos, melancolias
Degustando com voracidade
Essa total ausência de existência e realidade.

Nenhum comentário: