sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Poema aos poetas

Redigindo tudo sobre nadas
Às vezes concretos, às vezes nem tanto
Divagam as aflições exacerbadas
E gritam ao mundo seu pranto;
O pranto é concreto, um pouco líquido,
A razão do pranto é a emoção contida
Que sob a pressão do mundo ríspido
Explode. Em letras e espaços vazios
Procuram o que dizer para expressar
Suas imaterialidades altamente subjetivas
E inocuamente nocivas,
Tal qual um docílimo paradoxo literário.
Bradam ao mundo manchando folhas
E esbanjando tinta de caneta.
Poetas. Homens angelicais
Que no meio da guerra param para
Pensar. E pensam, pensam, pensam.
Ora mastigam a tampa da caneta,
Ora somente pensam;
E nesse pensar duro e incômodo
Revelam a beleza e as atrocidades
Que estão no recôndito do ser.
Aos poetas,
Mil palavras.

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