O louco cavalo em trote atropela
Devora as eras saltando os milênios
Semanas e meses, bimestres, decênios
Consome voraz quebrando a cancela.
Os dias e horas só têm um destino
Olhar para a frente seguindo o cavalo
Que corre sem freio, seu casco é um calo
O crono-cavalo em seu desatino.
O bicho-relógio ataca os segundos
Que são mui pequenos, que não voltam mais
Agora, já mesmo, ficou um pra trás
Metrônomo ímpio que guia os mundos.
Tem sede de agora o tempo animal
Está sempre em busca de outro minuto
E, quando o alcança, já tem outro vindo
Que já ficou velho; o que procura afinal?
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