sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Nudez

Empunho a caneta sobre a mesa,
Pra me despir de toda vaidade
Será que minha alma sai ilesa
Sem omitir alguma inverdade?

Primeiro me desfiz da tolerância
Vertendo cruelmente paciência
Agora me debato, tenho ânsia
Vomito de repente a prudência

E num descuido pobre da mentira
Eu hei de esmurrar a falsidade
Humilharei o ódio e com ira
Odiarei no pó a humildade

Despido eu me sinto à vontade
E não me prendo a poucos rudimentos
Critico sem pudor a humanidade
Desobedeço todos mandamentos

E livre estou agora da tristeza
Que invade o pensamento vagabundo
Errando então tropeço na franqueza
Em pele passeando pelo mundo

Da folha de papel, cumplicidade
A mão só me recita o testemunho
Que pouco ou nada tem veracidade
É fruto imaginário deste punho.

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