sexta-feira, 31 de agosto de 2007

A Noite

No meio da noite não há nada,
somente ecos ocos.
O silêncio é um grande buraco na escuridão.
No escuro há ausência.
Sincronizam-se as respirações;
o mundo repousa sob latidos
esporádicos e solitários de monstros desconhecidos.
Há medo espalhado pelo ar;
as sombras se multiplicam.
Ecos, de ecos penumbra de murmúrios,
há o infinito de o não ser no meio da noite
onde nada há,
somente o nada constrangido a não existir.
E na noite de sons ausentes,
esperamos o dia clarear
para que ressuscitemos
e comece o dia novamente.
Mas por enquanto,
a noite é eterna e fria;
Assustadora.
Os gritos entalam-se na garganta,
não haverão de se propagar,
a noite os abafará,
pois o nada reina
numa noite urbana de periferia.
Segue a noite em sua eternidade
sinistra e diluída em escuridão.

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