sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Inesperado

Após muito pensar,
Finalmente descobri
Algo que não conhecia.
Não era a morte,
Era eu.

Era um mundo devastado
Com milhões de pessoas,
Que também tinham mundos dentro de si.
E assim, sucessivamente,
Infinitos.

E quando no cúmulo
Do absurdo ininteligível,
Foram-se os mundos aprofundando
E chegou-se ao átomo,
Tive uma surpresa.

Todo o universo
Era contido
Numa só partícula,
Acreditem ou não,
Um átomo.

Um único e trágico
Átomo.
De súbito e pródigo
Átimo.
O cúmulo e ríspido
Único.
Um rápido e lógico
Ínfimo.

Era um átomo um átomo
Um átomo um átomo
Um átomo um átomo
Era um só um
Átomo um átomo era
Um átomo um átomo
Só um átomo era um
Átomo.

O universo é um átomo,
E, junto com outros átomos,
Planetas, astros,
Galáxias, super novas,
Meteoros, monolitos,
Cometas, órbitas,
Satélites, buracos-negros,
Constelações e nadas,
Formam um ser.
Esse ser
Sou eu.

Eu era um átomo,
Teimoso e espelhado
Que pra fora refletia a mim,
E introspecto refletia nada.
Eu era nada.

Era um átomo de nada,
Um nada de universo,
Universo do ser,
Um ser átomo,
Universalmente átomo do não ser.

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