Morte,
Antônimo de vida
Vácuo de existência
É o flagelo que aflige
E confunde o ser,
Quando, no melhor da festa
Desliga os disjuntores
E deixa reticências. . .
Descrevê-la
E refletir seu luto
Somente com caneta preta
E papel branco
Para o nada representar.
Talvez, o nada seja a porta
Do desconhecido
Que todos deverão
Atravessar um dia.
Após a morte
A matéria é matéria
Podre, desintegrada
Cadeias de átomos
Que voltam à origem
Do não ser.
Certeza única
Fim da linha;
Desmaterializada.
Não há ego
Que resista
À morte.
A própria morte
Não existe;
E deixa fazer de existir
Quem ousar
Tocar sua face,
Ou andar pelo seu vale
Sem fundo, sem fim.
Espelho ao contrário
Realidade de costas
Igualdade dos seres
Não ser.
Infinidade compacta
Que devora o tempo
E indigna os espectadores.
Expirar,
Quebra de sintonia
Entre corpo e alma
Divórcio definitivo.
Caminhamos para a morte
Inocentes, ansiosos
Inconstantes, curiosos.
Choramos nossos mortos
Sem saber o motivo.
Sendo que a própria morte
Nos dá a luz
Começa-se viver com ela
Aos poucos;
Sorrateiramente.
E nossa mãe verdadeira
Um dia
Volta
E recolhe-nos ao seu ninho
Para iniciarmos
A vida
Em outro lugar.
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