sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Chuva

O orgasmo se despeja em torrente,
Um orvalho furioso em tempestade
Chove a chuva inesperada e valente
Lava corpo e alma com insanidade.

Veemente voz clamada entre nuvens
Resultante grito, nimbos estressados
Ecoando o som da voz de muitos Rubens
Chove chuva chuva chove, mal lavado.

A gotinha saltitante e suicida
Obedece a voz do cirro irritado
Despejando-se põe fim em sua vida
E dá vida ao espetáculo molhado.

Alagando os sentimentos escondidos
Plic. Plic. Chove chuva no telhado
Lava. Lava os meninos encardidos
Vai lavando o mundo todo do pecado

Acumulam os cogumelos nas esquinas
Guarda-chuvas de varetas quebrantadas
Que protegem do batismo as meninas
Hidro-fóbicas se escondem apavoradas.

A bonança que sucede o fim da chuva
Escoadas as alamedas alagadas
As pessoas já retornam para a rua
E retornam às suas vidas ressecadas.

Vidas secas; de tão secas estão rachadas.

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