Do meu peito a inspiração bateu a porta
E às palavras me deixou abandonado,
Vento frio; dia sem sol, prazer quebrado,
Afogado em dor pungente a alma corta.
Se ao menos o meu violão tocasse
E exprimisse em arpejos o silêncio
E a pausa impetuosa. O silêncio.
Vil mistério de quem se calar comece.
Tocaria em acordes de harmonia
Os prelúdios de minh’alma quebrantada,
Ou chorinho de beleza agraciada,
Seja música de timbre e melodia .
Arrancar da corda morta dissonância
E fazer vibrar os pensamentos puros
De tal forma que os sentimentos duros
Se embalem numa tensa ressonância.
Violão; do corpo é o membro decepado,
Sua falta só castiga o trovador,
Pois sem ele não expressa sua dor,
Sofre só; e em seu sofrer sofre calado.
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