sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Sua majestade, sua posse, seu trono.

Ele estava ali, às portas fechadas, sublime em seu momento íntimo. Os retângulos brancos, marrons e cinzas completavam soberanamente a plenitude daquele instante único. Um silêncio majestoso reinava sobre o aposento, parcialmente iluminado pela luz do sol, parcialmente iluminado à luz dos homens. Sobre a superfície daquela porta pairava um mistério, pois ela limitava a existência em suas faces opostas; soberana, a porta também imperava. Como fosse absoluta em sua realeza, não permitia que alguém sequer sondasse suas aspirações de guardiã convicta. Mas ele estava ali e , em seu esforço de rei capitalista, cuidava que ninguém ousasse pensar no que ele estava fazendo, nas forças que solitariamente reunia e deliberava involuntariamente sua vontade de eliminar aquilo sobre que seu reino se mantinha e crescia, mas que, em nome da boa e velha aparência, não era lícito executar publicamente. Em seu momento privado seus músculos se retesavam e demonstravam o poder que é sujeito um homem possuir.
Suas vestes privadas, não públicas, seu trono privado, sua vida privada de sofrimento e dor. Reis não sofrem, mesmo que sofram. As apresentações, sim! As aparências! Em seu reino de bosta um homem cagava e formava um mundo onde o poder aparenta, mas fede à merda.


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