A noite está maravilhosa
A brisa traz sua lembrança
A Lua vem sempre, teimosa
Executar sua vingança
Trazer à tona sua imagem,
Sempre tão bela e selvagem.
A escultura imperfeita
De perfeita natureza
Que me provoca, se aproveita
De tão real e tal beleza
O seu rosto sagrado e passivo
Contemplarei mortal e passivo.
Beijá-la-ei com volúpia e devoção
Como um aprendiz que ensina a seu mestre
O preceito de uma nova emoção
O fracasso matemático de um bimestre
O teu cheiro rasgado em sândalo
O machado denuncia seu escândalo.
Minha querida flor-de-não-sei-o-quê
Porque de flor não entendo nada
Somente os versos me alentam e aquecem
Nesta crua e miserável madrugada
Agonizo esperando o teu amor
Sereno, sincero e sem pudor.
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