Folha, ó ilustríssima sulfite!
O que há por trás do teu silêncio?
Alvo silêncio, por que escondes a beleza?
Hei de te esculpir de talhada em talhada
num esforço artístico, só por teus caprichos?
Responda-me, e deixes de lado essa brancura!
Este teu cinismo recôndito é de ensandecer!
Fale comigo folha! Macule o teu silêncio!
Ou pelo menos deixe a caneta correr mais livremente.
Não me limite a espaços pré determinados
E idéias pré-concebidas;
Faça de ti uma poesia, partitura, retrato;
Algo de real valor.
Desculpe-me a demora, Folha;
Mas tive que recompor minhas forças,
Tomar um café, munir-me de tinta
E correr ao combate;
Continuar a travar o duelo entre mim e ti.
Sei que hei de vencer,
Despojarei-lhe e a deixarei impregnada,
suja, impressa com idéias novas,
ou recauchutadas.
Sei que não será fácil,
Mas ferirei tua brancura de letra em letra
Até que percas as forças
E entregue-me, vencida e exausta,
Um poema quente, breve, contundente
Com mil formas diferentes de se ler;
Um grito literário de um milhão de vozes de potência,
Que seja ouvido
Muito e sempre,
Que não pare de ecoar,
Provocando um comichão incômodo
Em quem ler
E que traga à tona o majestoso
dia em que te venci.
2 comentários:
Meus olhos se prendem a tela inerte e cheia de palavras vivas...
Fico parada lendo contemplando, refletindo as formas e a força que ganham a junção das letras antes dispersas no alfabeto, agora tão ligadas que se fazem versos...
O que dizer do poeta quando ele se confunde com sua própria obra “Se a arte imita a vida” teria o poema criado seu poeta? Eu não sei.
A verdade meu amigo é que você tem um jeito singular de relacionar as palavras e seus significados...
Não sei também se gosto dos teus poemas por que te adoro, ou se te adoro por que gosto dos teus poemas.
Mas é certo dizer que há muito tempo não sentia eu tanto prazer em ler poesias.
Você escreve o hoje e a vivacidade de tuas palavras toca toda uma nova geração que vive neste mundo cheio de temores e incertezas. Mas também repletos de corações palpitantes e cheios de amores desmedidos, destemidos...
Meu amigo Dri.
Só resta então dizer que desejo de coração muito sucesso para você, que Deus sempre ilumine teus caminhos... Todo poeta tem asas... voa ganha os céus... no toque de um lápis sobre papel.
Ah! Modernidade que mandastes embora as penas e os tinteiros, hoje são teclas.
O lado bom de toda esta modernidade é que posso conhecer a obra à medida que tu posta no teu blog. E a imortaliza na alma dos teus admiradores...
Beijo!!!
Chica da Silca
O seu poema me fez lembrar de alguém que também é poeta, embora não assuma...
Por vezes o vejo correndo atrás de papel, pois inspiração não marca hora e nem local...
Obrigada pela visita! Gostei do seu poema!
Bjokas!
Postar um comentário